Bode expiatório

Sempre tome cuidado com pessoas que sofrem de complexos de inferioridade ou manias de perseguição. Por melhores que sejam, em algum momento, elas vão acabar lhe culpando por alguma coisa absurda que você não fez.

(E que provavelmente elas é que fizeram).

Escrevi isso no pretextos. E ó, eu *sempre* soube disso. Mas olha, eu me saboto muito. Porque cara, eu sei que a pessoa é complexada, eu sei que a pessoa é paranóica, mas daí nãaaaao, trato como se a pessoa fosse normaaaal. Como se fosse alguém perfeitamente capaz de diferenciar quando uma coisa é um ataque pessoal de quando um coisa é apenas uma opinião. Isso aconteceu com uma amiga. Preciso dizer que deu merda? Não preciso.

Antes, alguns anos atrás eu era bem desconfiada com essas coisas. Olha, nunquinha que eu seria amiga de alguém que de cara eu percebesse que era complexada e paranóica. Porque eu sei que dá merda. Mas aos poucos eu passei a trabalhar minha tolerancia, e fui aceitando as pessoas como elas são, com seus defeitos, e a valorizar suas qualidades. Mas né, favor lembrar que com certas pessoas não dá pra fazer tudo, falar tudo. Porque o que eu faço ou digo pode simplesmente servir como um excelente pretexto para expiar medos e complexos, culpas e problemas não resolvidos.

Por outro lado, que tipo de amizade é essa que é preciso sempre estar pisando em ovos? Que tem assuntos proibidos? Será que vale a pena? Talvez por isso eu me sabotei. Tratei como qualquer outra amiga, agi normalmente. Deu no que deu. Um belo dia, sem ter pra quê fui encarada como uma inimiga maléfica que costura argumentos para tirar algo de alguém, de uma amiga. Olha, what the hell define.

Pior ainda é a sensação de ter sido ofendida, de ter a integridade ferida. De perceber que tudo de bom que foi vivido pôde ser esquecido ou posto de lado tão rapidamente num desequilibrado ato de auto-vitimização.

Ah vá.



Não sei ainda o que aprendi com isso. Talvez apenas tenha aprendido que sim, com algumas pessoas, eu devo dar alguns passos para trás.